Doenças Raras

Amor além do “mamá”… 1024 184 Andre

Amor além do “mamá”…

Veja o depoimento da mãe Verônica Stasiak

 

A amamentação é um processo natural, mas para ser possível e confortável envolve muitas coisas. A história da Verônica Stasiak, 32 anos, psicóloga, mãe da Helena, de 8 meses, é inspiradora e também nos mostra que o amor vai muito além das mamadas e da forma como elas acontecem. Veja o depoimento completo:


“Amamentei Helena durante 6 meses e 3 dias. Foram dias intensamente incríveis, de uma conexão tremenda e um amor absurdo. Certamente, o mesmo sentimento que minha mãe vivenciou ao me alimentar com fórmula, ou minha sogra quando oferecia a mamadeira para meu esposo. O amor não está ligado somente ao seio ou à mamadeira. Amor é amor e ponto. É inquestionável, portanto, o poder e a importância do leite materno, cuja amamentação deve ser estimulada durante no mínimo seis meses de maneira exclusiva, em livre demanda, se assim for da condição e vontade da mãe. E essas são decisões que devem ser respeitadas, tanto no âmbito emocional quanto de saúde.

Minha gestação foi de alto risco. Tenho uma doença genética chamada Fibrose Cística, que torna toda a secreção do organismo mais espessa que o normal, desencadeando pneumonias, dificuldade para ganhar peso e estatura, tosse crônica, entre outras graves complicações. Foram 23 anos de muitas idas e vindas de hospitais, centros cirúrgicos e UTIs até a chegada do diagnóstico correto.
Helena foi planejada, desejada, sonhada e batalhada. Quase 5 anos de preparo, cuidado intenso, inúmeras intercorrências pulmonares e outras como NIC III, duas cirurgias no útero, neuralgia intercostal durante a gestação e fratura de 4 costelas na 32ª semana de gravidez.

Amamentação era um sonho, que foi dividido com meu esposo, e juntos nos preparamos para este momento. Estudamos, fizemos cursos, e juntos seguimos (com o incondicional apoio do pediatra!) durante 6 meses e 3 dias, até que minha saúde precisou de cuidados mais intensos e as medicações tornaram-se incompatíveis.

Sofri e chorei na última mamada, onde, no dia 14 de Junho de 2019, Helena tomou seu último mamá no peito, e seu primeiro na mamadeira, dado com amor pelo seu pai, antes de dormir.
E hoje seguimos nós quatro, eu, ela, papai e mamadeira, num quarteto de amor e alimentação, tal qual deve ser. Amei amamentar, me realizei como mãe e mulher. Minha saúde foi importantíssima para a saúde da minha filha e isto, no meu caso, teve um peso absurdo.

Eu entendo todas as mães e cada dor e lágrima escorrida às 3h da manhã, afinal de contas, nem tudo são flores quando um bebê quer mamar a cada 40 minutos…
Ao mesmo tempo, me chateio e não entendo pitacos e super-dicas de quem não está na nossa pele, e admiro cada mãe que briga veementemente por seus ideais e pelo bem de seus filhos. Me compadeço daquelas que sonharam e não conseguiram, seja lá por qual motivo for. Algumas por falta de informação, outras por falta de apoio, outras de bico, outras de pega… Ninguém será mais ou menos mãe por ter ou não ter conseguido amamentar.

Somos mães, e isso ninguém tira. Nosso amor é incondicional.

Agradeço a oportunidade que tive de amamentar Helena durante o período que pude, e sigo amando nutri-la hoje, com muito amor, carinho, comidinhas e fórmula na mamadeira.

Se você pode e consegue, siga em frente. Leite materno é líquido dos deuses ❤”.

 

Verônica Stasiak Bednarczuk de Oliveira, 32 anos, psicóloga, mãe da Helena, 8 meses. Fundadora e diretora do Unidos pela Vida – Instituto Brasileiro de Atenção à Fibrose Cística.
Contato: veronica@unidospelavida.org.br

A síndrome de Hellp pode ser fatal pra mãe e pro bebê 1024 184 Andre

A síndrome de Hellp pode ser fatal pra mãe e pro bebê

A Síndrome de Hellp é uma descoberta relativamente recente da medicina – apenas na segunda metade do século XX ela foi classificada como síndrome laboratorial – e seu nome vem de um acrônimo em inglês que identifica suas principais características:

  1. H de Hemolytic anemia. Hemólise é a fragmentação das células do sangue;
  2. EL de Elevated Liver enzymes. Elevação das enzimas hepáticas em tradução;
  3. LP de Low Platelet count. Baixa contagem de plaquetas. É importante lembrar que as plaquetas são células que auxiliam na coagulação sanguínea e por isso um dos sintomas dessa síndrome é a hemorragia.

Condição exclusiva da gravidez e podendo ocorrer no pós-parto também, a Hellp é uma complicação da pré-eclâmpsia (hipertensão na gestação, da qual já falamos aqui, doença que mais mata grávidas no Brasil. É estimado que 8% dessas gestantes que tiveram pré-eclâmpsia vão sofrer com a síndrome também. Em números absolutos, a síndrome de Hellp atinge de 0.2% a 0.6% das gestações. Portanto, ela é bem rara. Este fator contribui para a falta de conhecimento sobre a doença. Outra contribuição é o fato de ela ser de difícil diagnóstico.

Necessariamente, as características citadas acima devem ocorrer para ser chamada de Hellp. Sintomas como: dor na parte alta ou central do abdome, cefaleia, náuseas, vômitos e mal-estar generalizado são os mais comuns. O agravamento pode vir na forma de edema agudo dos pulmões, insuficiência renal, falência cardíaca, hemorragias e ruptura do fígado, podendo ocasionar a morte materna e fetal. Isso pode ser evitado se, através de exames clínicos e laboratoriais, a Síndrome de Hellp for diagnosticada com antecedência e a mulher for internada para um acompanhamento obstétrico mais próximo. O tratamento vai variar de acordo com a idade gestacional em que há complicações:

  • Menos de 34 semanas – injeções de corticosteroides são aplicadas: a 1ª, no músculo deltóide (braço). A 2ª, no glúteo. Elas servem para desenvolver os pulmões do bebê e adiantar o parto.
  • Após 34 semanas – é induzido o parto precoce para evitar o sofrimento do feto e a morte da mãe.
  • Menos de 24 semanas – nenhum tratamento é eficaz e é preciso que haja interrupção da gravidez.

Isso ocorre porque a síndrome entende que o bebê é um corpo estranho ao organismo da mãe e tenta ‘expulsá-lo’. Este conflito gera as complicações e por isso o único jeito de acabar com a Hellp é interromper com a gestação, seja por parto induzido/cesárea (quando possível), ou por aborto. Essas informações todas mostram o quão importante é fazer o acompanhamento Pré-natal adequadamente. A qualquer discrepância, a resposta pode ser rápida e, portanto, mais eficaz.

Grupos de Risco da síndrome de Hellp

As mulheres que possuem uma predisposição à Síndrome de Hellp são as mesmas da pré-eclâmpsia:

  • Histórico familiar de pré-eclâmpsia
  • Primeira gravidez
  • Nova paternidade, ou seja: cada gravidez com um novo parceiro pode aumentar o risco de pré-eclâmpsia.
  • Idade, sendo que o risco é maior após os 35 anos.
  • Gravidez múltipla
  • Intervalo de 10 anos ou mais entre as gestações.

Se a mamãe possui um histórico com outras doenças, também pode entrar para o grupo de risco. Exemplos de doenças são:

  • Obesidade
  • Hipertensão
  • Enxaqueca
  • Diabetes tipo 1 ou diabetes tipo 2
  • Doença renal
  • Tendência a desenvolver coágulos de sangue (trombofilias)
  • Doença autoimune, como a artrite reumatoide, esclerodermia e lúpus.

Por se tratar de uma síndrome rara, os métodos preventivos para a Hellp são incertos. Em geral, para uma gestação saudável é importante  o peso controlado, fazer uma dieta adequada, ter um estilo de vida saudável, fazer acompanhamento pré natal e ficar muito ligada à todos os sintomas e sinais desde o início da gestação

Entrevistamos mães que tiveram pré-eclâmpsia. Uma delas, Michelle Susan, quase faleceu devido à Hellp que a acometeu em sua gestação. Mas, felizmente, tanto ela como o seu bebê saíram sem sequelas. Inclusive, ela chegou a tomar a injeção para acelerar o desenvolvimento dos pulmões da criança e o parto poder ser realizado antes das 40 semanas. Assista ao vídeo e conheça um pouco mais sobre essa história emocionante que, apesar das atribulações, teve um desfecho bem feliz!

Entenda mais sobre o melasma: as manchas escuras da pele 1024 184 Andre

Entenda mais sobre o melasma: as manchas escuras da pele

Também conhecido como cloasma, o Melasma é um distúrbio na pigmentação da pele onde a área atingida escurece, deixando manchas. Ele não é maléfico, ao contrário do que alguns podem pensar. Entretanto, devido à parte estética que a condição mexe, os consultórios dermatológicos acabam sendo bastante procurados para resolver o problema.

Daí pode aparecer a 1ª decepção: o melasma não tem cura. O tratamento é paliativo e visa disfarçar e amenizar a aparência das manchas, que normalmente aparecem pelo rosto. Elas são da cor marrom, mas a intensidade pode variar muito de um caso pra outro. Suas formas também não possuem padrão.

Mas como o Melasma ocorre?

Para responder esta pergunta é preciso entender um pouco mais da nossa pele, do nosso corpo. Você já deve ter ouvido falar que a nossa pigmentação é feita através da substância melanina. Além da coloração, a principal função dela é a proteção contra os raios solares. Ela é produzida por uma célula chamada melanócito, que fica na epiderme, parte mais superficial de nossa pele.

O melasma surge na hiperproliferação do melanócito; a produção de melanina aumenta junto com a da célula. O acúmulo de melanina fica retido dentro da pele, gerando as manchas. Essa anomalia crônica não tem origem certa, mas sabe-se que a alta de melanócitos é estimulada pelo sol e calor, sendo um ponto de atenção em sua prevenção. Além disso, alterações bruscas de hormônios como a menopausa, a gravidez e o uso de contraceptivos também são fatores que parecem estar relacionados com o melasma.

Aqui a gente chega a mais uma peculiaridade da condição: de cada 10 casos, 9 são em mulheres. Outras possíveis causas são a poluição das cidades e fatores genéticos, mas isso ainda está sendo estudado. Quando a questão é o melasma, poucas coisas são conclusivas.

Pessoas em grupo de risco:

  • Mulheres em sua idade reprodutiva e gestantes;
  • Mulheres que usam contraceptivos orais;
  • Moradoras de cidades quentes e/ou muito poluídas.

Normalmente o diagnóstico é feito pela própria pessoa ao observar as alterações em sua pele. Porém, a certeza absoluta vem na consulta com o dermatologista. Este profissional tem um instrumento chamado Lâmpada de Wood capaz de detectar alterações no pigmento da pele. Através desse instrumento, o dermatologista pode dizer se se trata de um melasma dérmico (parte mais interna) ou epidémico (parte mais externa da pele).

Uma vez dado o diagnóstico, normalmente temos 3 opções de tratamento:

  1. Cremes clareadores (a mais comum);
  2. Peeling;
  3. Laser (último caso).

Não importa o método usado; é preciso ter em mente que os resultados demoram pra aparecer, sendo que a mancha em si não sairá 100%. Como citamos, ela é inofensiva. Mas se por acaso houver formigamento, coceira, dor ou qualquer outra coisa na região, o dermatologista deve saber imediatamente, já que não são sintomas do Melasma.

Aliás, O Mãe Que Ama tem super dicas de prevenção ao Melasma. Preste atenção porque elas também valem pro Melanoma (câncer de pele):

  • Usar protetor solar todos os dias, independente do clima;
  • Mulheres em idade fértil devem optar por métodos contraceptivos não hormonais;
  • Mulheres na menopausa devem evitar terapias de reposição hormonal;
  • Alimentação adequada rica em alimentos antioxidantes ajuda a prevenir diversas doenças, inclusive melhora a proteção natural da pele contra os raios solares;
  • Deve-se sempre remover a maquiagem antes de dormir. Embora não haja provas de que a maquiagem, em si, possa contribuir para o aparecimento do melasma, a remoção adequada dos restos antes de dormir previne o envelhecimento precoce e outros problemas de pele;
  • Manter-se longe de fontes de calor como churrasqueiras, fogão, saunas, automóveis expostos ao sol, entre outros, para evitar a estimulação da produção de melanina;
  • Utilizar proteções físicas, como chapéus e guarda-sol;
  • Ao perceber uma primeira mancha, deve-se ir ao dermatologista o mais rápido possível, para investigar e definir um tratamento.

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Anemia Falciforme: saiba mais sobre uma das 50 doenças raras detectadas pelo Teste do Pezinho 1024 184 Andre

Anemia Falciforme: saiba mais sobre uma das 50 doenças raras detectadas pelo Teste do Pezinho

A gente sempre fala aqui da importância do diagnóstico precoce. A anemia falciforme é uma das enfermidades que pode sofrer grandes ganhos no tratamento quando descoberta no teste do pezinho.

O que é a anemia falciforme?

É causada por uma alteração genética nas células das hemácias que acaba gerando sintomas muito incômodos.

Explicando melhor, as hemácias das pessoas com essa anemia são em forma de meia lua ou foice e não redondas como o normal. Esse formato faz com que as células tenham mais dificuldade de passar pelas veias. Ou seja, causa entupimentos e muitas dores, especialmente nos ossos.

A anemia falciforme é uma doença genética, ou seja, passa de pai para filho. A cura se dá somente com o transplante de medula óssea, mas há muitos tratamentos possíveis que devem ser levados por toda a vida para diminuir o risco de complicações que podem levar à morte. Por isso seu diagnóstico precoce e o tratamento adequado imediato são tão importantes.

Quais são os sintomas?

Além dos sintomas que vemos em outros tipos de anemia mais comuns, como cansaço, sono e fraqueza, a anemia falciforme também pode provocar:

Dores nos ossos, músculos e articulações e retardo no crescimento: como explicamos antes, isso se dá porque o oxigênio chega em menor quantidade ao corpo e este recebe menos nutrientes para se desenvolver.

 Mãos e pés inchados: o sangue tem maior dificuldade em chegar às extremidades.

 Infecções frequentes: a fraqueza dos glóbulos vermelhos pode danificar o baço, que ajuda a combater as infecções.

Olhos e pele amarelados: os glóbulos vermelhos morrem mais rapidamente e, por isso, o pigmento bilirrubina se acumula no organismo causando a cor amarelada na pele e olhos.

Como diagnosticar a anemia falciforme?

Teste do pezinho nos primeiros dias de vida. Simples assim. O exame confere a presença da hemoglobina e sua concentração. Assim, se pode começar o tratamento rapidamente e evitar muitas complicações.

E nunca é demais lembrar: além da anemia falciforme, o teste do pezinho identifica cerca de 50 doenças que podem ser graves e levar à morte. Juntos, podemos salvar muitas vidas.

O teste do pezinho é garantido por lei. Para fazer alguma denúncia, use sempre os nossos canais com a #PezinhoNoFuturo

Direitos especiais de quem tem doenças raras 1024 184 Andre

Direitos especiais de quem tem doenças raras

O que define doença rara?

Antes de tudo é bom saber o que define uma “doença rara”. A OMS classifica assim toda enfermidade que possui ocorrência menor que 65 casos por 100 mil habitantes.

Nessa métrica mais de 8 mil doenças são consideradas de rara incidência. Desse montante, por volta de 80% delas têm causa genética. Ou seja,  pessoa nasce com a moléstia devido aos genes que recebe dos pais. Mesmo nos 20% restantes, quando a origem não é totalmente genética, este componente é importante também.

Qual o médico devo procurar?

O médico mais comum a lidar com elas é o geneticista. Normalmente elas são crônicas, ou seja, persistem por períodos superiores a 6 meses e não são tratadas em um curto espaço de tempo. Outra característica comum dessas doenças raras é que elas não têm cura e são possivelmente mortais. A maior parte delas se manifestam ainda na infância. Apenas 1% das doenças raras possuem um medicamento específico.

Os remédios empregados nesses tratamentos são chamados de medicamentos órfãos e são destinados a um número diminuto de pacientes. Portanto, tratando-se em condições normais de mercado, a indústria farmacêutica possui quase nenhum interesse em produzir e vender estes remédios. O número de necessitados é baixo e não faz valer o investimento para desenvolvê-los.

Nossa Constituição diz, “[…] a saúde é um direito de todos e dever do Estado. Garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação”. Entretanto, tais tratamentos não estão constam na lista do SUS.

O paciente pode recorrer ao poder judiciário em oposição ao SUS ou plano de saúde e requerer uma medida antecipatória garantindo o seu tratamento. As medidas antecipatórias são julgadas em menos de uma semana. Com o deferimento da tutela antecipatória, o plano de saúde ou o SUS são obrigados a fornecer o medicamento rapidamente.

Confira aqui os direitos previstos por lei às pessoas que possuem algum tipo de doença rara

A Interfarma estima que no Brasil haja mais ou menos 13 milhões de pessoas com alguma condição rara. Ou seja, o equivalente a 6,5% da população do país. A maioria dessas pessoas não sabem direito os benefícios disponíveis para elas. Além do acesso ao médico, tratamento e medicação, elas têm direito:

  • Isenção do Imposto de Renda
  • Isenção do IPVA, ICMS, IPI e IOF na compra de um veículo automotor adaptado
  • Quitação da casa própria
  • Acesso a Previdência Privada
  • Auxílio-doença
  • Aposentadoria por invalidez
  • Tratamento fora de domicílio

Em todo caso, é muito pertinente você consultar um advogado especialista em direito da saúde para esclarecer as dúvidas. Desse modo, ele pode te ajudar direitinho em cada item citado e orientar sobre o que fazer.

E continue com a gente para sempre se manter informado sobre seus direitos, saúde neonatal e gestacional. Qualquer dúvida, você pode deixar nos comentários ou nos escrever mensagens pelo Facebook.

Fenilcetonúria: como conviver? 1024 184 Andre

Fenilcetonúria: como conviver?

A fenilcetonúria é uma doença genética muito rara e, infelizmente, ainda sem cura. Resumidamente, a pessoa nasce com uma debilidade em “quebrar” as moléculas do aminoácido fenilalanina.

O excesso dessa substância no organismo causa uma série de distúrbios, que podem variar em intensidade de acordo com a doença. Mama já escreveu sobre ela em detalhes que você pode conferir AQUI.

Este artigo é para você conhecer a realidade de uma criança que nasce com a fenilcetonúria

A princípio, ela é uma doença silenciosa, não se manifestando até a idade avançar um pouco. Só esse fato já justifica a importância de o Teste do Pezinho ser feito ainda na primeira semana do nascimento da criança. A partir do momento do diagnóstico da fenilcetonúria, o tratamento para amenizar os sintomas é começado. A forma mais grave é conhecida como clássica e, caso não tratada, a criança pode ficar com deficiência intelectual definitiva.

O tratamento consiste em uma dieta especial rigorosa que restringe alimentos que contenham fenilalanina. Proteínas são grande fonte desse aminoácido, devendo ser evitadas. Porém, como as proteínas também fazem parte essencial de uma alimentação regular que o nosso corpo precisa, uma Fórmula de Fenilcetonúria é prescrita pro resto da vida. Além desse consumo, a dieta restritiva vai acompanhar a pessoa pra sempre. Caso contrário, os sintomas podem atacar, se agravarem e causarem transtornos mentais.

A restrição inclui até o próprio leite materno, sendo também substituído por uma fórmula, às vezes chamada de Lofenalac. A tolerância em relação aos alimentos varia bem de acordo com os casos. O portador de fenilcetonúria deve consultar de forma regular os profissionais de saúde para acompanhamento próximo, como médicos e nutricionistas, a fim de manter o equilíbrio das substâncias necessárias ao corpo e o controle da fenilalanina também.

Lojas especializadas vendem alimentos de baixa proteína adequados a esse tipo de dieta, possibilitando o aumento na variedade de comida. Suplementos alimentares devem ser conversados com o nutricionista e com o médico antes de serem consumidos.

Mama sabe que não é fácil, mas seguindo as instruções certinhas, a qualidade de vida pode melhorar muito. Você conhece algum caso próximo a você dessa doença? Pode comentar aqui abaixo. Queremos sempre ouvir nossa audiência.

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Mitos e verdades sobre Galactose 1024 184 Andre

Mitos e verdades sobre Galactose

O tipo específico de açúcar achado no leite de vaca se chama galactose. Pessoas normais conseguem processar a substância sem problemas, convertendo-a em glicose para ser utilizada no corpo em forma de energia. Porém, há um grupo de pessoas,  que não conseguem fazer isso.

O que é mito e o que é verdade quando o assunto é galactose?

  • “A pessoa adquire a doença Galactosemia ao longo da vida”
    MITO
    Também chamada de Deficiência de Galactose, essa condição é congênita.
  • “O Brasil tem alta incidência de pessoas galactosêmicas”
    VERDADE
    Infelizmente, nosso país é o 2º em número de casos de galactosemia, com um caso a cada 20 mil nascimentos, estando atrás apenas da África do Sul.
  • “A Deficiência de Galactose possui variações”
    VERDADE
    Existem 3 tipos, sendo a mais grave a caracterizada pela deficiência de uma enzima GALT. Já as outras duas provem da deficiência das enzimas galactoquinase e de galactose-4-fosfato epimerase.
  • “Há diversos fatores de riscos como a ingestão excessiva de leite”
    MITO
    Como dito anteriormente, é uma doença hereditária. Portanto, o único fator de risco é o histórico de sua família. Caso ele seja positivo para a condição, isso aumenta a chance de os membros da família adquirirem. Por exemplo, se ambos os pais têm a mutação genética, cada filho terá 25% de chances de terem também.
  • “A doença não tem cura”
    VERDADE
    Infelizmente, a humanidade não chegou a uma solução definitiva para a galactosemia.
  • “A doença não tem tratamento”
    MITO
    O tratamento se dá na base de uma dieta restritiva, como uma pessoa que possui intolerância a lactose comum. Em suma, qualquer leite ou derivado deve ser vetado.
  • “O diagnóstico é difícil”
    SEMI-VERDADE
    O Teste do Pezinho oferecido pela rede pública de saúde não detecta esta deficiência, já a versão ampliada (paga), sim. Entretanto, o médico também pode pedir outros exames. Entre eles:
  1. Hemocultura por infecção da bactéria E. colis
  2. Verificação da atividade enzimática nas hemácias do sangue
  3. Medição das enzimas relacionadas ao metabolismo de galactose (diagnóstico pré-natal).

Acontece que o médico só vai fazer esses exames específicos se houver alguma suspeita.

Conheça os sintomas

  • Convulsão
  • Irritabilidade
  • Letargia
  • Má alimentação
  • Pouco ganho de peso
  • Icterícia
  • Náuseas e vômito
  • Hipoglicemia
  • Ascite
  • Aumento no tamanho do fígado
  • Aminoacidúria

Na menor suspeita, converse com seu médico. Agora que você está mais informada, poderá ficar atenta a qualquer sinal que a criança possa dar a respeito de sua condição.

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Zika Vírus e a microcefalia 1024 184 Andre

Zika Vírus e a microcefalia

Qual a relação entre o Zika Vírus e a microcefalia?

Mesmo no inverno, algumas regiões do Brasil, principalmente as mais próximas às zonas equatoriais, demonstram temperaturas acima de 30 graus. Esse cenário contribui para permanência do mosquito transmissor.

Segundo o Ministério da Saúde, em 2016, o Aedes Aegypti – o famoso mosquito da Dengue, e agora também do Zika Vírus e Chikungunya – deixou de ser um problema apenas em épocas de verão, e podemos observar incidência em todas as épocas do ano. Assim, é necessário atenção.

Ainda não há consenso médico sobre a relação de infecção (Zika Vírus) com a microcefalia, mas a prevenção continua sendo o melhor remédio.

Hoje, Mama traz 5 fatos sobre a relação de Zika Vírus e microcefalia:

      1. Especula-se o risco de poder causar má formação congênita.

Ainda não é 100% comprovado, mas alguns especialistas indicam que o Zika pode gerar uma má formação congênita no cérebro da criança infectada durante o 1º trimestre de gestação.

      2. Os sintomas podem não aparecer.

O Zika Vírus pode não apresentar sintomas. Por isso, frequente suas consultas regularmente durante o pré-natal e atente-se aos exames.

      3. E se aparecerem, podem ser sutis.

Os sintomas (se aparecerem) são sutis. Geralmente se revelam como sintomas genéricos, que muitas vezes surgem em outras doenças, como gripes e resfriados. Dores nas articulações, olhos e músculos, fadiga, perda de apetite, calafrios, dores de cabeça, entre outros.

      4. Existem hipóteses que infecções no primeiro trimestre de gravidez podem ser mais sérias.

Estudos realizados na Paraíba pelo Ministério da Saúde em conjunto do Centro de Controle e Prevenção de Doenças Transmissíveis dos Estados Unidos,  apontam que o maior risco para os bebês é quando a mãe é infectada no primeiro trimestre de gravidez, mas pesquisas recentes levantaram relatos que é possível a contaminação mesmo após o primeiro trimestre, como relata Marcos Pivetta em seu artigo à Fundação de Amparo a Pesquisa de São Paulo (FAPESP):

“[…]A placenta humana é mais sensível à infecção pelo vírus nos três primeiros meses de gravidez. Nessa fase, a placenta (que carrega o material genético do feto) ainda não apresenta todas a defesas imunológicas e produz proteínas que estimulam a adesão e a entrada do agente infeccioso nas células do bebê em formação.[…]”

A matéria completa pode ser lida aqui.

      5. Os pais também podem transmitir para os filhos

Uma pesquisa feita no início de 2017 também, pelos CDC dos Estados Unidos indica que o pai também pode ser transmissor de Zika Vírus, pois a infecção se aloja no sémen.

Quer mais dicas e informações sobre saúde gestacional e de seu filho? Curta nossa página nas redes sociais e acompanhe nossos artigos diariamente.

Até a próxima!

Fenilcetonúria x Autismo: entenda a diferença 1024 184 Andre

Fenilcetonúria x Autismo: entenda a diferença

O Autismo e a Fenilcetonúria são transtornos que se confundem por causa de sintomas parecidos. Apesar das duas causarem complicações no raciocínio, elas são bem diferentes uma da outra.

Causas do Autismo e da  Fenilcetonúria

A Fenilcetonúria é uma doença genética. Quem é portador não produz a enzima fenilalanina hidroxilase, responsável por “digerir” o aminoácido fenilalanina. Esse aminoácido está presente em muitos alimentos, como leite e carnes, por exemplo. O portador de Fenilcetonúria que não segue uma dieta específica acaba ingerindo fenilalanina e provoca uma série de quadros indesejáveis.

Por muito tempo, acreditou-se que o Autismo era “fruto do meio”, que problemas familiares ou do convívio no geral tornavam uma pessoa autista. Hoje há estudos batendo de frente com essa hipótese. Eles defendem que o Autismo é uma combinação entre fatores genéticos favoráveis ao aparecimento da síndrome e fatores sociais.

Conheça os sintomas

No caso da Fenilcetonúria, os sintomas não se manifestam no nascimento, mas sim ao longo do desenvolvimento da criança. Odor peculiar, crescimento lento, dificuldade de aprendizagem, hiperatividade e convulsões são alguns deles.

Já o Autismo se manifesta no comportamento de seu portador desde o nascimento. O autista não olha nos olhos, tem dificuldade de interagir e segue alguns padrões na hora de brincar ou de se movimentar, por exemplo. Como existem alguns graus de autismo, as características variam em tipo e intensidade.

Por exemplo, há autistas com desenvolvimento intelectual muito limitado e comportamento violento, ao mesmo tempo em que existem autistas com uma vida saudável, capazes de aprender até melhor que outras crianças.

Como é o tratamento

A Fenilcetonúria pode ser detectada no Teste do Pezinho, o que é vantajoso para a criança e a família. Descobrindo antes mesmo dos sintomas surgirem, é possível iniciar o tratamento o quanto antes e poupar a criança dos efeitos nada agradáveis causados pela doença.

Para tratar, é preciso seguir uma dieta extremamente restrita, que praticamente elimina a fenilalanina do dia a dia. Só um profissional é capaz de indicar a dieta correta, uma vez que alimentos importantes para o crescimento da criança devem ser substituídos sem prejuízos à saúde e ao desenvolvimento dela.

O diagnóstico do Autismo requer observação do comportamento da criança por um profissional, além de entrevista com seus responsáveis, para que se possa traçar a personalidade dessa criança e chegar a resultados conclusivos. É possível diagnosticar uma criança a partir de 1 ano e meio de idade.

O tratamento varia de paciente para paciente, uma vez que o autismo não é uma doença e varia de paciente para outro. Para tratar o autismo, é preciso acompanhamento profissional e, a depender do caso, o uso de remédios.

A Fenilcetonúria e o Autismo não têm cura. O ideal é detectá-las o quanto antes para que a criança se desenvolva com tratamento adequado e possa desfrutar de uma vida saudável.

Portadores de Fenilcetonúria que se tratam desde o Teste do Pezinho podem consumir alimentos com fenilalanina no final da adolescência. Mulheres portadoras da doença devem consultar seu médico antes de engravidar para evitar más formações no bebê.

O Autismo diagnosticado é algo que pode desequilibrar a família do portador quando é descoberta. Por isso, é importante que ela também tenha acompanhamento adequado para que o autista viva em um ambiente saudável e possa desfrutar de um crescimento satisfatório e se torne um adulto que leve uma vida considerada normal.

Até a próxima 😉

Veja mais sobre o assunto na sessão: Recém-nascido ou Saúde do Bebê 

Para outras informações sobre saúde do bebê e gestante é só continuar acompanhando o nosso portal Mãe que Ama.

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Doenças raras: Deficiência da biotinidase 1024 184 Andre

Doenças raras: Deficiência da biotinidase

Entendendo a Deficiência da biotinidase

Novamente o Portal Mãe Que Ama traz para as mamães uma doença que pode atingir seus filhos desde seu nascimento, a Deficiência da biotinidase.

A biotina é uma vitamina necessária para o bom funcionamento de nosso corpo. A compleição do corpo humano é notável, porque muitas das substância providas para nosso organismo pode vir de alimentos, o ar que respiramos, e até mesmo a luz solar. A biotina se enquadra como um desses elementos.

A biotina é regulada pela enzima da biotinidase, que é responsável pelo ciclo da vitamina separando a biotina das proteínas dos alimentos. Dessa forma, a enzima também permite que a biotina seja reciclada diversas vezes, diminuindo a necessidade de consumo diário.

Essa vitamina é particularmente essencial pois permite que as enzimas carboxilases desempenhem sua função, influenciando no metabolismo de alguns tipos de carboidratos, gorduras e proteínas.

Portanto, temos duas enzimas co-relacionadas, uma é a biotinidase responsável por regular a biotina. A outra é a carboxilase que necessita dessa biotina para o bom funcionamento do metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas.

Quando há uma deficiência em uma das enzimas, no caso, a biotinidase, quebrando todo esse ciclo devido ao mau funcionamento da biotinidase. Com isso, a biotina contida nos alimentos não pode ser utilizada pelas carboxilases. Esse problema congênito leva a necessidade de uma dieta com muita biotina livre no organismo uma vez que em sua ausência, problemas passam a surgir no organismo nos mais variados graus, por isso fique atenta!

Sintomas da deficiência da biotinidase

A falta da biotina em uma criança pode provocar diversas consequências em sua saúde e desenvolvimento. Como resultado a criança pode apresentar retardos no crescimento, erupções na pele, perda de audição, problemas na fala, entre outros.

Como a doença pode apresentar sintomas singulares, é de difícil diagnóstico clínico, quando o exame é posterior a natalidade da criança em razão da doença poder ser diagnostica logo nos primeiros dias de vida pelo teste do pezinho.

O teste é um direito de todo cidadão e deve ser aplicado em toda criança no território da federação brasileira, leia mais sobre o assunto aqui. A seguir temos uma lista de outras possíveis manifestações da doença que denunciam a deficiência da biotina.

  • Queda de cabelo acentuada (da raiz);
  • Hipotonia;
  • Acúmulo de ácido lático no corpo;
  • Perda de coordenação muscular;
  • Conjuntivite;
  • Problemas de visão;
  • Cansaço;
  • Excesso de amônia no sangue;
  • Problemas respiratórios;
  • Infecções fúngicas;
  • Dificuldade para alimentar-se;
  • Aumento do fígado;
  • Aumento do baço;

Esses sintomas não possuem uma data certa para se apresentarem. Existem casos de manifestações prévias e outras muito tardias, mas geralmente apresentam-se durante o terceiro e sexto mês de vida.

Vale ressaltar a gravidade dessa doença congênita: a deficiência da biotinidase não diagnosticada e tratada pode ser catalogada como uma das causas da Síndrome da Morte Súbita na Infância, porém ainda carecem de mais estudos para esse fato.

Como é o tratamento?

O tratamento em si é extremamente simples. Contudo, o maior risco e efeitos colaterais são fruto da ausência de diagnóstico e do tratamento da deficiência na enzima na biotinidase. Portanto, pode ser suprido com a ingestão direta da biotina. Em crianças que foram diagnosticadas precocemente pelo teste do pezinho, a incidência de danos a saúde é praticamente nula. Ela é caracterizada por ser a doença triada no neonatal mais fácil, barato e eficaz de se cuidar.

Por isso fique atenta, é sempre bom relembrar que a simples realização do teste do pezinho pode mudar toda uma vida!

Veja mais sobre o assunto na sessão: Recém-nascido.

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