Amamentação

Leite materno: um “alimento de ouro”! Entenda sua composição e suas funções 1024 403 Andre

Leite materno: um “alimento de ouro”! Entenda sua composição e suas funções

“O aleitamento materno é a mais sábia estratégia natural de vínculo, afeto, proteção e nutrição para a criança e constitui a mais sensível, econômica e eficaz intervenção para redução da morbimortalidade [índice de incidência das doenças e dos óbitos na população] infantil. Permite ainda um grandioso impacto na promoção da saúde integral da dupla mãe/bebê e regozijo de toda a sociedade”.
Assim, o Ministério da Saúde apresenta o Aleitamento Materno no Caderno de Atenção Básica Saúde da Criança, 2ª edição, 2015.

Os seus benefícios já são mundialmente difundidos e conhecidos: estima-se que o aleitamento materno poderia evitar 13% das mortes em crianças menores de 5 anos em todo o mundo por causas evitáveis. Além disso, o leite materno protege contra diarreias, infecções respiratórias e alergias. Ele também diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes, além de reduzir a chance de desenvolver obesidade. Ainda há evidências de que o aleitamento materno contribui para o desenvolvimento cognitivo dos bebês.

Isso, sem falar nos tantos benefícios para a mãe, como: ajuda a reduzir o peso mais rapidamente após o parto; ajuda o útero a recuperar seu tamanho normal, diminuindo o risco de hemorragia e de anemia nesse período; reduz o risco de diabetes; e reduz o risco de desenvolvimento de câncer de mama e de ovário.

Ou seja, a amamentação é sem dúvida um processo natural muito sábio e valioso, insuperável e recomendado, inclusive, quando a mãe está com suspeita de COVID-19 ou confirma a doença e está bem e se sente à vontade para amamentar, seguindo os cuidados adequados de higiene. O leite materno é o melhor e mais nutritivo alimento para os bebês, um “alimento de ouro” como associado na campanha Agosto Dourado , da Sociedade Brasileira de Pediatria – SBP.

Mas você sabe quais são suas características, composição e funções em cada fase da amamentação?

 

Pesquisamos sobre esse assunto e trazemos as principais informações e curiosidades para você:

 

1 – Sabia que, apesar da alimentação variar muito entre as pessoas, o leite materno apresenta composição semelhante para TODAS as mulheres que amamentam do mundo? E apenas nos casos de desnutrição grave elas podem ter o leite afetado na sua qualidade. Surpreendente, não?

2 – Nos primeiros dias, o leite materno é chamado de colostro, que contém mais proteínas e menos gorduras do que o leite maduro, que é aquele leite produzido do sétimo ao décimo dia pós-parto.

3 – O leite de mães de recém-nascidos prematuros é diferente do de mães de bebês a termo – que são os nascidos entre a 39ª e a 41ª semana de gestação, duração considerada ideal para a saúde da criança.

4 – O leite de vaca tem muito mais proteínas que o leite humano e são proteínas diferentes. A principal proteína do leite materno é a lactoalbumina e a do leite de vaca é a caseína, de difícil digestão para a espécie humana.

 

Veja na tabela essas diferenças:

5 – De fato, a concentração de gordura no leite aumenta no decorrer de uma mamada. Ou seja, não é mito aquela orientação de que é importante a criança esvaziar bem a mama, pois o leite do final da mamada (chamado leite posterior) é mais rico sim em energia (calorias) e sacia melhor a criança.

6 – Você já deve ter ouvido falar, mas é sempre importante ressaltar que o leite humano possui numerosos fatores imunológicos que protegem a criança contra infecções. A “IgA” secretória é o principal anticorpo, atuando contra microrganismos presentes nas superfícies mucosas. Segundo o Ministério da Saúde, “os anticorpos IgA no leite humano são um reflexo dos antígenos entéricos e respiratórios da mãe, ou seja, ela produz anticorpos contra agentes infecciosos com os quais já teve contato, proporcionando, dessa maneira, proteção à criança contra os germens prevalentes no meio em que a mãe vive”. A concentração de IgA no leite materno diminui ao longo do primeiro mês, permanecendo relativamente constante a partir de então.

7 – No Caderno do MS sobre Amamentação, são citados outros fatores de proteção do leite materno, além da IgA, como: anticorpos IgM e IgG, macrófagos, neutrófilos, linfócitos B e T, lactoferrina, lisosima e fator bífido. Esse último favorece o crescimento dos Lactobacillus bifidus que compõem a flora intestinal predominantemente em crianças amamentadas exclusivamente ao peito, acidificando as fezes e assim dificultando a instalação de bactérias que causam diarreia.

8 – Alguns dos fatores de proteção do leite materno são total ou parcialmente destruídos pelo calor, por isso é preciso muito cuidado para aquecer o leite humano, pois em elevadas temperaturas sofre alteração na sua composição e não terá o mesmo valor biológico.

 

Além dessas informações sobre a composição do leite materno, o Caderno do Ministério da Saúde tem um guia completo sobre Aleitamento Materno e Alimentação Complementar.
Ele está disponível aqui para quem quiser saber mais. 😉

Amor além do “mamá”… 1024 184 Andre

Amor além do “mamá”…

Veja o depoimento da mãe Verônica Stasiak

 

A amamentação é um processo natural, mas para ser possível e confortável envolve muitas coisas. A história da Verônica Stasiak, 32 anos, psicóloga, mãe da Helena, de 8 meses, é inspiradora e também nos mostra que o amor vai muito além das mamadas e da forma como elas acontecem. Veja o depoimento completo:


“Amamentei Helena durante 6 meses e 3 dias. Foram dias intensamente incríveis, de uma conexão tremenda e um amor absurdo. Certamente, o mesmo sentimento que minha mãe vivenciou ao me alimentar com fórmula, ou minha sogra quando oferecia a mamadeira para meu esposo. O amor não está ligado somente ao seio ou à mamadeira. Amor é amor e ponto. É inquestionável, portanto, o poder e a importância do leite materno, cuja amamentação deve ser estimulada durante no mínimo seis meses de maneira exclusiva, em livre demanda, se assim for da condição e vontade da mãe. E essas são decisões que devem ser respeitadas, tanto no âmbito emocional quanto de saúde.

Minha gestação foi de alto risco. Tenho uma doença genética chamada Fibrose Cística, que torna toda a secreção do organismo mais espessa que o normal, desencadeando pneumonias, dificuldade para ganhar peso e estatura, tosse crônica, entre outras graves complicações. Foram 23 anos de muitas idas e vindas de hospitais, centros cirúrgicos e UTIs até a chegada do diagnóstico correto.
Helena foi planejada, desejada, sonhada e batalhada. Quase 5 anos de preparo, cuidado intenso, inúmeras intercorrências pulmonares e outras como NIC III, duas cirurgias no útero, neuralgia intercostal durante a gestação e fratura de 4 costelas na 32ª semana de gravidez.

Amamentação era um sonho, que foi dividido com meu esposo, e juntos nos preparamos para este momento. Estudamos, fizemos cursos, e juntos seguimos (com o incondicional apoio do pediatra!) durante 6 meses e 3 dias, até que minha saúde precisou de cuidados mais intensos e as medicações tornaram-se incompatíveis.

Sofri e chorei na última mamada, onde, no dia 14 de Junho de 2019, Helena tomou seu último mamá no peito, e seu primeiro na mamadeira, dado com amor pelo seu pai, antes de dormir.
E hoje seguimos nós quatro, eu, ela, papai e mamadeira, num quarteto de amor e alimentação, tal qual deve ser. Amei amamentar, me realizei como mãe e mulher. Minha saúde foi importantíssima para a saúde da minha filha e isto, no meu caso, teve um peso absurdo.

Eu entendo todas as mães e cada dor e lágrima escorrida às 3h da manhã, afinal de contas, nem tudo são flores quando um bebê quer mamar a cada 40 minutos…
Ao mesmo tempo, me chateio e não entendo pitacos e super-dicas de quem não está na nossa pele, e admiro cada mãe que briga veementemente por seus ideais e pelo bem de seus filhos. Me compadeço daquelas que sonharam e não conseguiram, seja lá por qual motivo for. Algumas por falta de informação, outras por falta de apoio, outras de bico, outras de pega… Ninguém será mais ou menos mãe por ter ou não ter conseguido amamentar.

Somos mães, e isso ninguém tira. Nosso amor é incondicional.

Agradeço a oportunidade que tive de amamentar Helena durante o período que pude, e sigo amando nutri-la hoje, com muito amor, carinho, comidinhas e fórmula na mamadeira.

Se você pode e consegue, siga em frente. Leite materno é líquido dos deuses ❤”.

 

Verônica Stasiak Bednarczuk de Oliveira, 32 anos, psicóloga, mãe da Helena, 8 meses. Fundadora e diretora do Unidos pela Vida – Instituto Brasileiro de Atenção à Fibrose Cística.
Contato: veronica@unidospelavida.org.br

Silicone e amamentação: entenda melhor essa relação 1024 184 Andre

Silicone e amamentação: entenda melhor essa relação

O silicone atrapalha a amamentação?

É relativamente comum uma mulher estar insatisfeita com alguma parte do seu corpo e correr atrás para mudar. Hoje em dia existem diversos tipos de recursos para modificar o corpo. No caso dos seios, o procedimento mais comum é a mamoplastia de aumento, onde uma prótese de silicone é implantada através de uma cirurgia.

Porém, a dúvida sobre amamentação quase sempre vem junto com o desejo de colocar silicone. O que vai dentro do seio em si é uma bolsa de silicone médico cheia de gel e que pode variar de tamanho.

O próprio sistema imunológico do organismo reforça a proteção criando uma membrana que recobre toda a prótese, isolando-a do resto do corpo.

Ela é alocada atrás da glândula mamária ou do músculo, como podemos conferir na imagem abaixo:

 

Como é feita a cirurgia?

Somente o tamanho e o formato da mama são alterados, não a estrutura. Isso significa que o silicone não altera em nada a eventual amamentação por parte da mulher. Normalmente o silicone é introduzido através da axila ou da parte inferior do seio. Ele é trocado a cada 10 anos por uma prótese nova e mais moderna.

Entretanto, se você tem o desejo de colocar silicone mas engravidou, é recomentado esperar pelo menos 6 meses. Isso porque, como qualquer outro procedimento cirúrgico, a paciente tem que tomar vários remédios que podem não ser bons à criança.

Fora que a gravidez altera o corpo da mulher, hormônios são criados e todo o corpo se prepara para receber aquela nova vida. Um semestre de desmame é o que o organismo precisa para voltar a níveis pré-gravídico. Estando normal, o silicone pode ser colocado tranquilamente.

Este artigo esclareceu todas as suas dúvidas? Você quer perguntar alguma coisa? Deixe um comentário que #Mama vai procurar responder o mais rápido possível sempre!

E continue conosco para se informar cada vez mais sobre saúde neonatal e gestacional.

Vamos já acabar com algo que não existe: leite materno fraco 1024 184 Andre

Vamos já acabar com algo que não existe: leite materno fraco

Isso mesmo, leite materno fraco não existe. Há décadas temos a difusão do mito que o leite da mulher pode ser fraco e não conter tudo o que o bebê necessita. Entretanto, essa crença precisa ser revertida porque fazer a mulher acreditar nisso pode ser danoso a ela e ao neném.

Muito tempo atrás, quando tínhamos conhecimentos infinitamente menores, a sociedade pensava que a quantidade da produção do leite dependia só da mulher.

Hoje se sabe que essa variação ocorre de acordo com o apetite do bebê: é ele que acaba conduzindo a produção. Enquanto ele mamar, o corpo feminino irá produzir. Por exemplo, se o bebê está com muita fome e mama bastante, a produção sobe para suprir aquela nova demanda. Caso contrário, a criação do leite pela mulher se dará de forma mais lenta, sempre em equilíbrio com o que é necessário. E como já foi dito AQUI, até os 6 meses de vida a criança não precisa de mais nada além do leite.

Talvez um fator colaborador para esse mito é que se você retirar um pouco de leite do seio antes da mamada, vai reparar que ele é ralinho/aguado e claro se comparado com uma amostra retirada após a amamentação. Isso nada mais é do que uma prova que a natureza é incrível! Propositalmente, o começo do leite que a criança ingere é pobre em gordura, mas rico em açúcar e água.

Esse início de leite serve pra matar a sede. Depois o leite vai ficando mais gorduroso e escuro, o que alimenta e engorda a criança. Isso ocorre naturalmente ao longo da amamentação e você pode fazer o teste. Basta tirar uma amostra antes e outra depois de amamentar e comparar as duas para ver a diferença.

O único jeito do leite materno ser insuficiente pra criança é sob essas condições:

  • Um bebê que não mama o suficiente (por exemplo, se o bebê está doente, cheio de água com açúcar ou chazinho ou tomou mamadeira);
  • Um bebê que mama, mas incorretamente (por exemplo, se o bebê posiciona a língua incorretamente porque acostumou-se com chupetas ou mamadeiras, ou está fraco porque tem perdido muito peso ou devido a um problema neurológico);
  • Um bebê que não é permitido mamar em livre demanda, porque as pessoas querem alimentá-lo em horários rígidos ou entretê-lo com uma chupeta quando ele mostra sinais de fome.

Por isso não deixe de amamentar seu filho e siga as recomendações médicas. Não existe outro tipo de leite materno senão o Forte 😉

Continue a seguir Mama para mais informações sobre saúde gestacional e neonatal!

Alergia ao leite materno pode ser galactosemia 1024 184 Andre

Alergia ao leite materno pode ser galactosemia

Fique de olho! A galactosemia pode ser confundida com uma alergia ao leite materno.

A galactose é um açúcar presente no leite e seus derivados, transformada em energia por enzimas específicas. A galactosemia acontece quando seu portador tem problemas em relação a essas enzimas, o que faz com que a galactose se acumule no corpo.

Acumulada, ela sofre reações que não aconteceriam normalmente, sendo transformada em galactonato e galactitol, substâncias tóxicas para o organismo.

Há três tipos de galactosemia:

– Galactosemia tipo 1: este é o tipo mais grave e mais comum da doença, causado pela deficiência ou inexistência da enzima galactose-1-P uridil transferase. Dessa forma, portadores deste tipo, se não forem tratados, podem desenvolver catarata, problemas no fígado, nos rins, neurológicos e, no caso de mulheres, insuficiência precoce nos ovários.

– Galactosemia tipo 2: apresenta defeito na enzima galactoquinase, levando a problemas nos olhos.

– Galactosemia tipo 3: tipo raro da doença, que tem como característica defeito na enzima uridil difosfo galactose-4-epimerase.

A galactose está presente no leite bovino, em seus derivados e, também, no leite materno. Dessa forma, quando o bebê é galactosêmico, a ingestão do leite materno pode provocar sintomas como ânsia, vômito, irritabilidade, convulsão, amarelamento dos olhos e da pele, pouco ganho de peso, entre outros. Às vezes, o bebê pode até não querer mamar.

Muitas mamães, ao perceberem tais reações, podem se abalar, achando que estão fazendo mal para seus bebês. O leite materno é um alimento completo, muito importante para a saúde, o bem-estar e a imunidade do bebê. Portanto não há nada de errado nem com as mamães, nem com o leite.

A galactosemia pode ser identificada pelo Teste do Pezinho Ampliado. Caso tenha sido feito o Teste Simples e o bebê tenha reações ao leite materno, basta levá-lo ao pediatra para que o tratamento seja iniciado o quanto antes.

O tratamento da galactosemia, em primeiro lugar, está na alimentação. Leites, queijos, chocolates e outros derivados deverão ser diminuídos ou retirados da alimentação do galactosêmico por toda a vida. Quem vai ditar as regras será o médico. Assim, outros alimentos poderão substitui-los para que nenhum nutriente fique em falta na dieta.

Até a próxima 😉

Veja mais sobre o assunto na sessão: Recém-nascido ou Saúde do Bebê 

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